domingo, 6 de maio de 2012

LINDOSO

CASTELO DO LINDOSO O topónimo Lindoso deriva de Limitosum (Limesitis) e não de lindo, como fantasiosamente se afirma. O lugar estratégico que é Lindoso, esteve sempre relacionado com a defesa de passagem pela portela da Serra Amarela e pelo Vale do Cabril, e respondendo no princípio da formação de Portugal, à concepção de uma cintura defensiva ao longo da raia seca confinante com o reino vizinho. A sua fundação como castelo deve situar-se no início do Séc. XIII, com D. Afonso III, devendo a data situar-se entre 1220 e 1258, dado que nas inquirições da primeira data não se lhe faz referência e na da segunda sim. Mandado restaurar e ampliar por D. Dinis, a quem alguns atribuem a torre de menagem, que nele residia durante as caçadas que fazia no Gerês. O Castelo foi reforçado por obras do séc. XVII, mas conserva quase perfeita a sua arquitectura medieval. Na construção inicial duas torres quadrangulares defendem a porta de armas, virada para a povoação. No lado oposto, a torre de menagem, ampla e de 15 metros de altura, tem a face norte alinhada com a cerca que a substitui. Ao seu lado, no sitio onde é a entrada actual da época moderna, deve ter existido a porta da traição, hoje junto à ponte levadiça. Embora a cerca do Castelo tenha um aspecto românico por não ter torres defensivas a flanqueá-la nem mesmo nas esquinas, os especialistas consideram-na já gótica, pelo facto de a torre de menagem estar integrada na cerca e no adarve e por causa dos seus mata-cães. Deve tratar-se de uma solução económica, tanto mais que a função estratégica dos torreões defensivos foi suprida pela existência de varandas (góticas) defensivas, apoiadas em mata-cães que se apresentam em todos os pontos onde a cerca muda de direcção. A porta de armas, pela solução gótica que apresenta e pelo escudo que a encima sugere a época de D. Afonso III. No interior, além da cisterna, há construções arqueológicas de bastante interesse, entre elas a casa do Alcaide e da guarnição, a capela e o forno, este com cerca de 1,80m de altura interior e um diâmetro de cerca de 2,5m , e ainda bastantes pedras com datas gravadas. O mesmo interesse se aplica às obras abaluartadas que o contornam. Os abaluartados são fortificações inspiradas no sistema do engenheiro francês Vauban, foram mandados executar pelos espanhóis durante as campanhas de Guerra da Restauração, no período que vai dos fins de 1662 a princípios de 1664, durante o qual o Castelo nos foi tomado por eles e esteve sob o seu domínio. A traça da cintura Vauban é de D. Gasparo Squarciáfico, marquês de Buscayolo, engenheiro Italiano ao serviço de Castela (1662). Os abaluartados apresentam o aspecto de um pentágono irregular envolvendo completamente a fortaleza medieval e construídos por grossas muralhas, que formam as faces do pentágono, cinco baluartes que são bastiões salientes de reforço que cobrem os ângulos mortos, um revelim que defende a secção de muralha em frente da ponte levadiça, que dá acesso à actual entrada principal do Castelo. Com as obras do Séc. XVII foi invertida a posição da entrada principal do Castelo, passando a ser a antiga porta da traição, ficando a anterior apenas com acesso ao interior abaluartado do reduto sul.

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